Neil Patel

História do Marketing: Como Surgiu e a Evolução ao Longo dos Anos

A história do marketing é tão antiga quanto a própria história da civilização.

Ok, é claro que há milhares de anos o marketing funcionava de outras maneiras e a atividade nem era conhecida por esse nome.

Mas o fato é que desde que surgiram as primeiras relações comerciais, o homem entendeu que, sem uma boa dose de persuasão, dificilmente, ele atingiria seus objetivos.

E o que é o marketing senão um bom uso do poder de influenciar pessoas?

Embora essa essência do marketing tenha prevalecido, o mundo e as pessoas mudaram. E também a atividade precisou adaptar suas estratégias.

Uma, duas, três… um monte de vezes.

E a evolução do conceito de marketing está apenas começando.

Afinal, basta uma boa olhada ao redor para entender o quanto a nossa forma de se relacionar e de consumir mudou assustadoramente em tão pouco tempo.

E este post é sobre tudo isso: a história do marketing, como surgiu e a evolução ao longo dos anos.

Gosta do tema? Então, continue lendo!

A história do marketing no mundo

A Associação Americana de Marketing define a atividade como um “conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para os clientes, parceiros e sociedade em geral”.

Perceba que, nesta definição, fica claro o valor do cliente no processo de fazer marketing.

Mas você sabia que nem sempre foi assim?

Para entendermos sobre a trajetória do marketing pelo mundo, lhe convido a voltar alguns anos, lá nas aulas de história do ensino fundamental.

Você deve ter aprendido que antigas civilizações eventualmente passaram a trocar mercadorias entre si como uma forma comércio, embora ainda bastante primitiva.

O homem, então, precisou desenvolver habilidades de persuasão para convencer os demais sobre importância e a utilidade de seus produtos.

Aliás, na antiguidade clássica, há registros de que os chamados “pregoeiros” eram marqueteiros de profissão, vendendo produtos e escravos por onde passavam.

Depois, com as grandes navegações, surgiram as moedas e as relações comerciais se intensificaram e ficaram mais complexas.

Já em 1455, o surgimento da impressora de Gutenberg foi um grande marco para a imprensa: a partir de então, era possível imprimir em larga escala materiais que antes eram escritos à mão.

Anos depois, essa invenção impulsionaria a produção dos primeiros anúncios impressos.

Mas foi depois da primeira Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, que o conceito de marketing tal qual conhecemos hoje começa a tomar forma.

Afinal, eram tempos de produção em massa como nunca visto antes.

Com isso, começava a nascer também a grande mídia, e os comerciantes precisavam aprender novas maneiras de divulgar os seus produtos para não ficarem para trás.

Origem do marketing

“Qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”, disse o empresário Henry Ford no começo do século XX, na era que, depois, ganharia o nome de “fordismo”.

Os carros deveriam ser pretos porque era a tinta mais barata e que secava mais facilmente.

Parece absurdo para você?

Mas era bem essa a mentalidade que permeava o modelo de produção pós-Revolução Industrial.

E embora seja difícil especificar quando surgiu o marketing, é consenso entre muitos estudiosos que a Revolução Industrial transformou a forma de praticar a atividade.

Philip Kotler, o guru do marketing, nomeou essa “era de produção” de marketing 1.0.

Tempos em que a concorrência era mínima, as mercadorias eram vendidas a baixo custo e aos montes, e os consumidores eram meros receptores de um bombardeamento em massa de propaganda.

Os clientes não tinham, portanto, qualquer poder de barganha.

Após a Revolução Industrial, tudo o que era produzido era vendido.

Ora, com a demanda maior do que a oferta, as empresas não estavam muito preocupadas nem com a qualidade do que era vendido e tampouco com as exigências dos seus clientes.

Algum tempo mais tarde, porém, começam a surgir nos Estados Unidos os primeiros estudos de mercado, com foco em logística e produtividade – e, talvez por isso, muitos considerem que foi lá onde surgiu o marketing.

Os estudiosos passam a finalmente enxergar a atividade como uma disciplina única, independente da Economia e da Administração de Empresas.

O marketing buscava uma identidade própria.

Já no período entre guerras, ou seja, entre o começo do século XX até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, mercadológicos passaram a enxergar a necessidade de entender como a propaganda afetava pessoas e negócios.

Apesar de novo enquanto ciência, já era evidente que o marketing era capaz de gerar nos consumidores associações positivas ou negativas quando expostos a determinadas marcas.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a concorrência crescia cada vez mais e os produtos antes vendidos em larga escala passaram a ser estocados.

O foco das empresas, em vez de produção em massa, passou, então, a se direcionar às vendas.

E foi para ajudar nesse processo que o marketing entrou com maior expressividade.

Era preciso vender a qualquer custo, e os grandes aliados para isso eram os outdoors, os jornais, as revistas, passando pelo rádio com a primeira transmissão em 1920, e a televisão, que, a partir de 1940, levou o marketing mundial para um outro nível.

No Brasil dos anos 50, vivíamos um período de grande aceleração econômica e industrial.

E é a partir dessa década que começo uma linha do tempo com as principais características do marketing para cada fase da história.

Acompanhe!

Anos 50

Década que marca o começo do marketing no Brasil.

Era um período de industrialização e de grandes mudanças tecnológicas marcadas pelo governo de Juscelino Kubistchek.

A televisão acabava de chegar no país, ainda dominado pelos jornais, revistas e rádios em termos de publicidade.

O marketing, porém, era totalmente focado nas vendas e incipiente: grande parte da população brasileira ainda vivia nos campos.

Essa também é a década em que começam os primeiros estudos sobre marketing nas universidades brasileiras.

Anos 60

Pela primeira vez, as marcas começavam a apresentar departamentos de marketing mais sofisticados, preocupados em desenvolver estratégias de produção.

Entre elas, a preocupação com o que produzir, onde vender, por qual valor e de que forma anunciar o produto para o consumidor.

No Brasil, grandes empresas multinacionais, como Nestlé, Gessy-Lever, Gillette, Refinações de Milho Brasil e Anakol passaram a organizar suas áreas comerciais em função do marketing, e não das vendas.

É nessa década que surgem também os maiores estudiosos do marketing com conceitos que revolucionariam a forma de praticar a atividade.

O professor Theodore Levitt publica na revista Harvard Business o artigo “Miopia em Marketing”, mostrando, pela primeira vez, a clara preocupação com os clientes.

É também a década em que Philip Kotler lança a primeira edição de seu livro “Administração de Marketing”.

No Brasil, a população urbana finalmente ultrapassa a rural, dando vida a um novo tipo de consumidor.

Anos 70

Nesta fase, temos um marketing ainda mais consolidado e um cliente mais exigente.

No Brasil, era tempo de “milagre econômico”, e o consumidor começa a se conscientizar melhor sobre preço e qualidade dos produtos.

Logo, o marketing deixa de ser uma opção e se torna uma questão de sobrevivência.

Ele passa, então, a ser estratégia essencial não só para as empresas, como também para governos, organizações e até entidades religiosas.

Surgem as definições de público-alvo e as primeiras segmentações de mercado.

Anos 80

Mundialmente, os anos 80 foram marcados pelas disputas acirradas entre as empresas – uma verdadeira “guerra de marketing” pela atenção do consumidor.

Com os clientes ainda mais exigentes e concorrência nas alturas, os times de vendas das organizações passaram a ter que atingir metas para sobreviver.

É o Marketing 2.0 surgindo na Era da Informação, cada vez mais orientado para as necessidades do consumidor.

Essa também é a década conhecida por lançar os “gurus do marketing”, levando o conhecimento sobre a atividade para as massas, além de pequenas e médias empresas.

No Brasil, porém, os tempos eram difíceis para o marketing: alta inflação, salários congelados e recessão diminuíram o poder de compra dos consumidores.

Anos 90

É o “boom” da internet e o começo de um mundo globalizado que mudaria a forma de fazer marketing para sempre.

Surgem os blogs, os e-mails, algumas redes sociais e buscadores.

As empresas começaram então a dar os primeiros passos em marketing digital, estreando nas técnicas de SEO, produzindo conteúdo para a web e investindo em links patrocinados.

A sociedade também passou a despertar para a necessidade de cuidar do meio ambiente e do planeta de maneira geral.

Surge, então, um mercado focado em valores – é o marketing 3.0.

Pela primeira vez, as empresas começam a entender a importância de assumir um posicionamento sustentável para garantir uma vantagem competitiva no mercado.

Anos 2000

A virada do século também veio acompanhada de grandes transformações.

O cliente não só deixou de comprar apenas por necessidade, como também já não dava tanta importância aos preços dos produtos, contanto que tivessem a utilidade esperada.

São tempos de popularização da telefonia celular, democratização da internet em larga escala, multiplicação dos e-commerces e amadurecimento da World Wide Web.

As redes sociais também ganham mais força, principalmente com a chegada do Facebook.

Surgem ainda novas estratégias de publicidade, lançando a possibilidade de os usuários anunciarem na plataforma.

Anos 2010

Com foco no ser humano, a primeira década de um novo milênio inaugura uma nova forma de fazer marketing.

Com a ideia de que um cliente satisfeito é o melhor advogado que uma marca pode ter, a preocupação agora era priorizar toda a jornada do consumidor: é o marketing 4.0.

Isso porque as redes sociais estão mais fortes do que nunca, com bilhões de usuários acompanhando tudo o que acontece no mercado em seus smartphones com a facilidade de um toque.

Eles têm nas mãos um universo de opções, podendo a todo tempo comparar preços e qualidade entre as marcas.

Também por isso, as empresas veem na web e nas redes sociais a oportunidade de se aproximar dos clientes, horizontalizando o relacionamento como nunca antes na história.

Logo, não é de se admirar que as empresas que não possuem uma vantagem competitiva acabam abreviando a sua continuidade no mercado.

A história do marketing digital

Com a chegada da internet, fazer marketing deixou de ser uma atividade exclusiva das grandes empresas, que gastavam rios de dinheiro com as mídias e outdoors para anunciar seus produtos.

A era digital trouxe a popularização das redes sociais e novas formas de se relacionar.

Era preciso acompanhar toda essa evolução e pensar em novas maneiras de atrair a atenção do consumidor, que estava cada vez mais seletivo diante de tantas opções no mercado.

Surge, então, o marketing digital: aquele focado nos desejos do consumidor e com a oferta de soluções em vez de vendas diretas.

É o marketing, portanto, focado em proporcionar ao cliente boas experiências – as melhores possíveis.

Logo, um marketing que nada se parece com o que lhe deu origem. Em vez de empurrar produtos e serviços ao consumidor, ele faz com que o cliente chegue até ele.

Nesse sentido, um conceito importante é o de inbound marketing, ou marketing de atração.

Finalmente, as grandes mídias tradicionais perdem espaço para a internet com suas redes sociais, e-mails, blogs, websites e buscadores.

Hoje, sabemos que as marcas que não estão presentes em todas essas plataformas simplesmente não têm chance diante da concorrência.

Entre os principais elementos do marketing digital, estão:

Conclusão

Seja por meio dos escambos nas civilizações antigas, a rudimentar impressora de Gutenberg, a Revolução Industrial ou a era da internet, o ser humano sempre soube fazer marketing.

Tudo isso, claro, foi mudando à medida em que o consumidor passou a ser mais exigente diante de tantas opções no mercado.

Para facilitar a compreensão, Philip Kotler dividiu o marketing em quatro fases principais, desde o começo da industrialização até os dias atuais:

  1. Era da produção, voltada para produção em massa
  2. Era da informação, voltada para os consumidores
  3. Era de valores, com foco no ser humano e em sustentabilidade
  4. Era da revolução digital, que traz a importância de encantar os clientes no lugar de simplesmente superar as expectativas.

É importante perceber, no entanto, que essas fases não são necessariamente excludentes entre si.

Em tempos de mudanças tão profundas e rápidas, difícil é dizer quando termina uma era e começa outra.

Acredite se quiser, ainda existem empresas estagnadas na velha forma de fazer marketing com foco nas vendas.

E depois se perguntam por que seus negócios não saem do lugar.

A verdade é que o mundo está em constante evolução, e o marketing deve ser capaz não só de se adaptar às mudanças como também prevê-las.

E a sua empresa, em que patamar está? Seja qual for a sua resposta, se ainda não estiver encantando os seus clientes, não está boa o suficiente.

Aproveite para deixar seu comentário e dividir sua opinião com a gente sobre como tem feito marketing atualmente.